Saudades

Sei que há pessoas que não compreendem o porquê de tratarmos os animais como iguais... Sei que há pessoas que não compreendem como se pode sentir um amor tão incondicional por um animal, como sentimos por um membro da família... Sei que há pessoas com o coração tão fechado que não sentem a ternura com que um animal nos pode tocar... Mas cá em casa não somos assim! Cá em casa tínhamos no nosso Mike um ser humano como nós. Um canito que era para nós como um Filho, o nosso Filho do meio. Eram 40 cm de cão, mas enchia esta casa. O que custa mais?! Não ter ninguém em casa à nossa espera, não ter aquela alegria em ver-nos chegar, não o ver a correr pela casa a dar ao coto (rabo cortado) todo feliz a não exigir mais que umas festas na barriga... Ontem foi o primeiro dia que ficámos só por casa o tempo todo, custou muito. Não me atrapalhou enquanto estendia a roupa a tentar ver a rua pela janela, não se aninhou no sofá nas nossas pernas a pedir mimos, não roubou a almofada do Pai assim que ele se levantou, não roubou as bolachas do lanche da Carolina, não se sentou ao lado do lixo à espera de ir à rua... Não encheu a casa novamente... Fazes-nos falta Canito maluco, parece que não houve vida antes de ti, parece que sempre estiveste connosco. Foi das mais duras e difíceis decisões que tomámos, deixar-te ir, mas sei que foi o melhor para todos, especialmente para ti. Mas estarás cá sempre, connosco, mesmo que ausente, no nosso coração viverás, eternamente!